Quantas pessoas são decisivas em nossas vidas? Quantas pessoas podem representar a possibilidade de transformação que precisamos?
Certamente o bispo tentou ser uma destas pessoas na vida de Jean Valjean. O seu gesto de solidariedade, que no primeiro momento não foi capaz de modificar os hábitos do ex-condenado, acabou levando-o a refletir sobre seus atos.
Depois de chamar o garoto, Jean Valjean pensou: "Sou um miserável." Miserável não porque não tinha bens - ao contrário, agora ele tinha uma pequena fortuna! Ele se considerava miserável porque não conseguia controlar os seus impulsos de roubar e agredir, miserável porque mesmo não precisando ainda foi capaz de roubar uma criança!
Por isso é que Valjean se regenerou. Por que ele fez disso uma escolha. Ele poderia alegar vários motivos para continuar como estava, continuar a ser o que havia sido até então. Mas ele resolveu fazer diferente porque reconheceu que isto era possível.
As pessoas mais decisivas em nossas vidas, aquelas que podem fazer as transformações que precisamos não seríamos nós mesmos?
A fé do bispo em Valjean não estava no seu próprio gesto de solidariedade, mas na capacidade de escolha do ser humano que estava diante de si.
Texto publicado originalmente em 14 deoutubro de 2007
Texto publicado originalmente em 14 deoutubro de 2007
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