Mas esta luta pelos direitos civis começou ainda em 1863, após a Proclamação de Emancipação feita pelo presidente Abraham Lincoln durante a Guerra Civil americana, que terminou com a escravidão naquele país. A população branca conservadora, não conformada com esta situação, criou grupos clandestinos dedicados a impedir a igualdade de direitos. Durante anos, por um século, a população negra norte americana, principalmente ao sul dos EUA teve que lutar contra a discriminação, que em alguns lugares era regulamentada através de leis. Em 1964 foi assinada a Lei dos Direitos Civis que estabelecia tratamento não discriminatório aos negros norte-americanos.
Qual a mudança necessária para que um negro também possa ser eleito presidente no Brasil?
Mandela, outro líder negro, da África do Sul, um país cujo separatismo era legal, disse uma vez: “Democracia, sem saúde e educação para a maioria, é uma concha vazia”.
Embora o Brasil seja uma nação democrática, e o maior país negro das Américas – dado o volume de sua população – pelas condições de vida, a maioria negra ainda precisa dos direitos mínimos apontados por Mandela: saúde e educação.
Quando direitos mínimos forem comuns a todos, quando a discriminação for discutida sem preconceitos, quando as condições de igualdade forem o ponto de partida para a participação democrática, talvez a maioria negra e branca possa reconhecer os seus líderes sem necessidade de discutir sua cor. E eleger um negro será tão comum quanto eleger outra pessoa de qualquer cor.
Quem conhece a historia de Zumbi sabe o quanto a luta se fez necessaria para a conquista da liberdade. E por isso, o 20 de novembro, contrapondo-se a doação do 13 de maio: ainda há muito que avançar para que os direitos civis saiam do papel e se integrem à vida da maioria dos negros em nosso país.Texto publicado originalmente em 19 de novembro de 2008
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