sexta-feira, 11 de setembro de 2009

Educação e exames: quais suas finalidades?

O Exame de Classe, by Albert Anker. Imagem de domínio público.

“A liberdade pode lhe ser tirada, mas o conhecimento não.”

Alexandre Dumas, in O Conde de Monte Cristo.

Diz-se que quem tem educação está mais bem preparado para a vida, ou que é através da educação que se pode melhorá-la.

Vemos nos jornais os resultados do ENEM que apontam o ranking das melhores escolas de acordo com a pontuação recebida pelos alunos. Estas ofereceriam, segundo os valores alcançados, a melhor educação.

De um lado há os que podem pagar pela educação de qualidade dessas escolas, particulares, que geralmente cobram muito caro pelos seus serviços. Do outro lado, há aqueles que nas muitas escolas públicas superam dificuldades diversas...

Mas a melhor medida do sucesso pessoal da educação praticada está realmente nos números alcançados nos ENEM? São nestes tipos de exames que se encerram a educação de alguém ou são eles que realmente indicam para que ela serve? Será que a medida do real valor da educação recebida não estaria no quanto uma pessoa a incorporou em sua própria vida, no quanto um indivíduo se apropriou dela para resolver as questões do seu dia a dia ou de sua comunidade? Se somarmos todos os indivíduos de um país, e considerarmos o que eles conseguem fazer com a educação que receberam, seja das escolas particulares ou das escolas públicas, não teríamos aí a real medida da educação de um povo?

Se os exames como os do ENEM servem como medida, esta aponta para uma etapa do processo educativo: aquela que focaliza a instrução recebida nas escolas básicas. Eles não são um fim em si mesmos, embora muita gente se preocupe em preparar-se somente para superá-los (ou ao vestibular). Para os governos os exames também podem indicar onde é necessário investir para melhorar a educação oferecida pelas escolas. Para cada estudante e sua família, poderiam ser mais que um marco decisório ou definitivo, poderiam ser um marco de superação ou continuidade.

Embora o exame do ENEM contribuia para o acesso à faculdade, o fato de uma pessoa não ter alcançado pontuação suficiente para tal em um primeiro momento, não significa que seu processo de aprendizado acabou. A aprendizagem se faz durante toda vida, pois “o Homem é o único animal que pode aprender até antes de morrer”. Dentro ou fora de uma faculdade. Em um curso técnico formal, em uma comunidade presencial ou virtual, diante de um computador, de forma sistemática ou não, refletindo sobre os fatos acontecidos ou experimentando soluções...

Independentemente dos resultados em um exame, como fica tudo aquilo que você estudou na escola? Será que você realmente aprendeu? É capaz de aplicar um conceito estudado diante de um fato que se apresenta diante de sua vida?

Veja o filme Homens de Honra. Ele conta a história de um rapaz que queria ser mergulhador da marinha nos EUA. Repare bem na cena do barril, em que o sargento instrutor demonstra a importância vital de saber exatamente o que significa determinado conceito de física. O método pode ser condenável, mas foi eficaz para demonstrar ao aspirante a diferença entre passar num exame e realmente aprender.

Ou então veja O Conde de Monte Cristo. Avalie a importância que saber ler e escrever teve na virada que um homem pobre do século XIX fez em sua vida.

São histórias de outras épocas, outros lugares e principalmente de superação. Mas com lições que nos levam a refletir sobre para que deveria servir a educação, mesmo em nossos dias...

Hoje, a educação que lhe é oferecida, está lhe servindo para o quê? E qual o papel que você assume diante do seu próprio aprendizado?

As respostas poderão dar a medida do valor que tem a educação não só para você, mas também para a sociedade a qual você pertence.

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